Oxalá
tivesse um olhar sincero
E as
minhas mentiras não se desmentissem
Oxalá
pudesse sempre ser bondoso
Para
que as trevas no meu peito não me ferissem
Oxalá
tivesse um nome para saldar
E as
bandeiras fossem todas iguais
Oxalá
tivesse pernas e mãos fortes
Para
suportar com serenidade o fardo de existir
Oxalá
pudesse ter os maiores braços
Para
que pudesse abraçar o mundo todo
Oxalá
que as guerras fossem apenas existenciais
E que
cada um lutasse contra o próprio inimigo
Oxalá
tudo fosse mais fácil, simples
E que
toda a dúvida fosse sanada
Oxalá
não tivesse fome e sede de justiça
Mesmo
porque, isto não leva a nada
Oxalá
que a vida não fosse essa grande piada
E que
tudo pudesse ser como a poesia
Que já
se explica por si