sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Flor do brejo


Sou como um bicho do mato/ 
ou uma flor velha no meio do brejo/ 
um quase matita pereira fumando/ 
Sou um belo prenúncio de tédio

Carta para um amor que vai embora



 Eu realmente quero que você se encontre
Que se ache ou se perca de novo por aí em um dia qualquer
Mas é claro que eu ainda te amo
Que te desejo, que ainda sinto o seu cheiro nas minhas roupas

Já se passou tanto tempo desde então
E pensando bem, ainda acreditava que você fosse voltar
Chegando em casa com aquela cara de arrependida
Com as malas nas mãos e lagrimas nos olhos
Besteira...

Uma mulher bonita como você não vai ficar sozinha
E nem poderia ficar, o mundo não deixaria...
Mas isso não é nada, acontece
E só nos resta comemorar a nossa miséria 

domingo, 15 de julho de 2012

Parábola


Os ventos da bonança
Me afastam dos meus segredos
Enquanto eu aqui pereço

Disto logo me esqueço

Sou tudo que sou
Sou tudo que vejo

Para amar e morrer nesta vida
Toda parábola tem seu preço

Oxalá


 Oxalá tivesse um olhar sincero
E as minhas mentiras não se desmentissem
Oxalá pudesse sempre ser bondoso
Para que as trevas no meu peito não me ferissem

Oxalá tivesse um nome para saldar
E as bandeiras fossem todas iguais
Oxalá tivesse pernas e mãos fortes
Para suportar com serenidade o fardo de existir

Oxalá pudesse ter os maiores braços
Para que pudesse abraçar o mundo todo
Oxalá que as guerras fossem apenas existenciais
E que cada um lutasse contra o próprio inimigo

Oxalá tudo fosse mais fácil, simples
E que toda a dúvida fosse sanada
Oxalá não tivesse fome e sede de justiça
Mesmo porque, isto não leva a nada

Oxalá que a vida não fosse essa grande piada
E que tudo pudesse ser como a poesia
Que já se explica por si

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Madalena


Madalena


Abre a janela Madalena
que o trem da vida vai passar
A velha loucura espreita da cabine
e a fumaça da inveja infecta teu coração

Movido por espíritos frescos
com rodas de mal-me-quer
De passageiros vão os desgostosos
e de maquinista vai tu, Madalena

Seguindo por trilhos taciturnos
que escondem a razão
Pensa bem Madalena
se isto é o que procura em vão

Ma – zelas perdidas no tempo
Da – quilo que espera ganhar aqui
Le – ve como um suspiro
Na – boca da mulher que és tu

Ma
            Da
                        Le
                                   Na